quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Arara Canindé

Hábitat: Florestas tropicais, vegetação secundária alta e densa, bosques abertos, assim como também planícies e savanas com palmeiras e outras árvores da zona tropical a 500 m, em algumas localidades a 1.500 m.

Status: É a mais comum das espécies de araras grandes. Tem desaparecido particularmente em algumas localidades no Brasil, Venezuela e Colômbia, por causa da destruição de seu hábitat, que é a causa principal, mas também pelo comércio e pela caça.

Hábitos: Andam normalmente em pares, grupos de família pequenos ou bandos de até 20 pássaros. Agrupamentos maiores (algumas centenas) podem ser vistos em suas áreas de descanso, quando estão se alimentado em árvores ou quando estão comendo barro, onde freqüentemente são vistas junto as Ara macao e Ara chloroptera e aí são muito cautelosas. São particularmente mais vistos em vôos durante manhã e a noite indo para suas árvores de descanso. Suas chamadas durante vôo são regulares, os casais são claramente identificáveis dentro do grupo. São muito difíceis de serem identificadas em folhagem de árvores altas, pois posam em silêncio. Sua presença freqüentemente só percebida através dos restos de comida que caem. Voam e gritam ruidosamente se ameaçadas. Seu vôo é bastante rápido e direto, com batidas das asas fortes. Freqüentemente voam apenas por poucos metros sobre as copas das árvores.

Características: Embora seja a mais comum das araras grandes, suas cores contrastantes a tornam uma ave extremamente bela. Pertencente a família psittacidae e não há nenhuma subespécie, ela é única. Embora vivam em bandos, são monogâmicas. Muito vivas, resistentes, adoram tomar banho e às vezes bastante barulhentas, particularmente no começo da manhã e no fim da tarde. Rapidamente se acostumam com novos tratadores. Por serem muito destruidoras, proveja regularmente galhos verdes. Podem ser mantidas com outras araras grandes fora da época reprodutiva, desde que em viveiros grandes. São extremamente sociáveis e por incrível que pareça, quando criadas em cativeiro, se sentirem falta do dono ou de companhia, irão sofrer de stress, devendo-se sempre que possível colocar galhos, folhas ou brinquedos para que se distraiam, evitando-se assim o seu desejo em arrancar penas, proveniente do stress. Uma vez destruído o folículo da pena ela jamais nascerá novamente.

Dimorfismo (diferença sexual): Não existe, podem apenas ser distinguidos pelo exame de DNA.

Dieta natural: Comem uma grande variedade de frutas maduras e verdes (por exemplo: Mauritia vinifera, Astrocaryum sp., Bactris sp., Maximilianea), várias sementes de palmeiras, sementes (por exemplo: Hura crepitans), flores, verduras e legumes. Alimentam-se em árvores, provavelmente também comem insetos e suas larvas. Quase todo dia voam de manhã e ao entardecer para comer barro em terra rica em mineral. Acredita-se que isso seja para neutralizar o conteúdo tóxico de algumas frutas verdes.

Alimentação: Nozes, amendoins, frutas e legumes (pêra, manga, laranja, maçã, ameixas, banana, pepino, milho meio-amadurecido, cenoura, etc), mistura de sementes grandes, trigo, aveias, sementes brotadas. Comida de pombo encharcada. Precisa de uma fonte de vitamina regular e suplementos de minerais (especialmente D e B), proteína animal (camarão seco, ovo, carne de galinha e ossos).

Período de reprodução: De novembro a março.

Reprodução: Regularmente alcançada no Brasil, não é difícil. Neste período costumam ficar agressivas com os tratadores. Não se conhece nenhum tipo de “corte” (exibição de namoro) diferenciada. A forma de acasalamento é lateral, o que difere da maior parte dos psitacídeos, que é feita com o macho sobre a fêmea.

Amadurecimento sexual: 03 a 04 anos.

Idade reprodutiva: Acredita-se que possa viver em cativeiro, com os devidos cuidados entre 50 e 60 anos e que consiga reproduzir até os 50 anos ou mais.

Quantidade de ovos: Postura de 02 a 03 ovos normalmente, podendo chegar ocasionalmente a 04 ovos, que poderão estar infecundos ou os filhotes morrerem dentro do ovo, podem fazer até duas posturas por ano. Ovo mede 46.4 x 35.9 mm.

Ninhos: Na natureza fazem seus ninhos em coqueiros ou palmeiras mortas e nos ocos de árvores altas de troncos grossos. Costumam usar o mesmo ninho regularmente, porém os casais não criam todos os anos. Existem vários fatores que interferem diretamente na taxa de reprodução como: predadores, doenças, ninhos tomados por outros animais e muitas das vezes inundações. Em cativeiro, os horizontais são os preferidos. Deverão ser revestidos de chapa na entrada, nos cantos externos e algumas partes internas, para que elas não o destruam. É interessante que a boca do ninho seja protegida por uma folha de zinco. Assim como as quinas do ninho que o bico delas pode alcançar, por cantoneiras de ferro para evitar que elas o destruam. Havendo a possibilidade, os ninhos feitos de toco de árvore têm uma ainda melhor aceitação. A inspeção do ninho deve ser feita com cuidado, para que o casal não se assuste e danifiquem os ovos ou até mesmo machuquem os filhotes.


Tempo de incubação: 26 a 27 dias.

Temperatura de incubação: 37, 5º C.

Umidade: 60 a 65%.


Filhotes: Os filhotes são semelhantes aos adultos, mas com o rabo mais curto, a íris marrom escura e a plumagem ligeiramente mais fosca. A plumagem de adulto será atingida aos 20 meses. Se ficar muito frio não terá força para levantar a cabeça e conseqüentemente não conseguirá se alimentar e mesmo que a mãe tente aquecê-lo ele morrerá. Logo, é interessante que em lugares de clima frio se use serragem como forro para o ninho enquanto que para lugares de clima quente use-se areia. Saem do ninho após 12 semanas e depois levam um bom tempo ainda sendo alimentados pelos pais. Para que fique manso (pet), é preciso retirá-lo do ninho com 15 a 20 dias e tratá-lo na mão. Se destinados à reprodução é interessante que sejam apresentados a outros jovens da mesma espécie, pois se forem isolados por muito tempo do contato com sua própria espécie, podem simplesmente não reconhecê-los como par. O pássaro criado em cativeiro, de preferência manso, reproduz mais rápido do que o selvagem.

Viveiros: Proporcione lugares para que possam se esconder. Não existe um tamanho padrão de viveiro, mas para que voem bem, possam gastar suas energias e tenham um bom ambiente para reprodução, o mínimo é de 3x2x2m. Os poleiros devem ser grossos para desgaste. Importante saber que os viveiros deverão ter tela galvanizada e fios arredondados para evitar que destruam as penas e 40 a 50% de área coberta, para proteger os ninhos e as aves, do frio, do sol e da chuva. Além disso, os viveiros devem estar em locais onde estejam protegidos de ventos frios por paredes, cercas vivas, quebra ventos e de forma a receber o sol da manhã.

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